ÁGUAS DE MARÇO
NALDOVELHO

Águas de março inundam a cidade,
ondas do mar fustigam a areia,
as folhas das árvores se apressam e caem,
horizonte nublado, prenúncio de vento.

Urgente é o poema que eu trago em meus olhos.
O cheiro de terra molhada me inspira,
preguiça danada toma conta das horas
e haja sentimento pra matar minha fome.

Uma certa maresia domina o ambiente,
praia deserta, muita magia!

Quem disse que eu não gosto de sentir nostalgia?
É ela que antecede o aconchego do inverno,
ficar aninhado, protegido em seu colo,
tomar um bom vinho, fumar um cigarro,
quem sabe um conhaque flambado, no ponto?

A música que eu sinto, brota feito nascente
e a tela que eu pinto jorra em cores tão quentes.
Bom dia outono, que bom que você veio!
Trazendo em seus braços um belo presente,
sensibilidade emergente de dentro de mim.
NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 05/06/2009
Código do texto: T1633880
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