Anjo... Onde estás?
Ó tempos antigos de esperança tragam de volta meu passado,
Aquele antes das dores, dos erros e dos meus trágicos passos.
Devolvam-me a sabedoria, se é que um dia eu já a tenha encontrado,
E devolvam-me a leveza do amor e dos meus sonhos tão escassos.
Ó tempos antigos de fé, tragam de novo os meus outros pedaços,
Que estão derramados por todos os lados que eu vou, como rastro.
Mostrem-me uma direção, por favor, não reconheço meus traços,
Sou a sobra que restou no prato, sou o próprio inferno que alastro.
Quem criou isto que sou? Meu Deus foste mesmo tu à tua imagem?
Ou sou eu a última praga que sobre os seres desta terra, lançaste?
Quisera eu ter o teu perdão, pois de tantos descaminhos à margem
Estão aqueles, cujo os sonhos destrui com o mal que, conjuraste...
Muitas lágrimas, Senhor, muitas tenho derramado em penitência.
Se, servirão de lição, se serão, flagelos em minha consciência.
Restaure um pouco da minha crença e do meu coração tão gelado,
Fazei que eu veja a verdade, onde está o anjo que esteve ao meu lado?