AQUARELAS

Tardes outonais de maio

Soprando sulinos ventos

Horizontes em desmaio

E os sóis tão sonolentos.

Nuvens ralas e cinzentas

Lá no céu desenham mantos

Folhas mortas rolam lentas

Aninhando-se nos cantos.

Chaminés rabiscam giz

Anuviam os vitrais

Vai mudando a matiz

Das varandas e varais.

Ficam nus os alfeneiros

Pardais dormem bem mais cedo

Nas forquilhas, vê-se inteiros

Ninhos feitos em segredo.

Vêm felizes para os lares

De mãos dadas, os casais

Ternuras prendem olhares

E os amores dão-se mais.

Veio ele de mansinho

Abrindo os nossos armários

Convidando para um vinho

E a aconchegos solidários.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 12/05/2009
Reeditado em 13/05/2009
Código do texto: T1590096