Cortejo
Que sonhos tu guardas, escondes?
A sete chaves em teu pensamento,
dou-te uma moeda por cada sonho,
ou um pote de ouro, não sou avarento.
Só quero saber desses teus sonhos,
conta-me um pouco que quero ouvir,
teus contos de fitas de seda, tiaras,
sapatos de cristal e roupas caras.
Fala-me um pouco da carruagem,
dos campos do castelo, dos animais campestres,
dos jardins diversos, da paisagem,
dos personagens excêntricos e serelepes.
E não me importa que sejam exageradas
essas tuas simpáticas imaginações,
nem que sejam somente entornadas
de possibilidades de realizações.
Ah, conta-me dos teus sonhos um pouco
para que contigo eu sonhe também,
até sonharmos o sonho um do outro
e não sabermos qual é o sonho de quem.