ZEQUINHA,O ATAFONEIRO
ZEQUINHA, O ATAFONEIRO
(lembranças de infância)
Um atafoneiro que ia
Um moinho que vinha
Uma estrada dia a dia
Uma vida de farinha.
Encontravam-se, Zequinha
E no meio, o moinho
Vaca e bosta no caminho
Nas sobrancelhas, farinha.
Ralavam-se, milho e mó
Havia pó e sacos cheios
Os de trigo eram meios
Do Zequinha, um saco só.
Dava dó da roda d’água
Que girava já sozinha
Quando via o Zequinha
Sempre só com sua mágoa.
É proibido sentar no saco!
Em carvão, bem grande escrito
Num aviso irrestrito
A quem das vistas era fraco.
Pra lida, Zequinha deu-se
E pra vida, solidão
Jamais teve um coração
Que para o seu batesse...
Zequinha vinha
A atafona ia
A estrada dizia:
Por aqui, Zequinha!
Morreram sós, Zequinha e mó...