ANA(LISTA) DE SISTEMAS
Cedo, todas as manhãs
Na calçada virgem ainda
Vai ela só, sempre linda
Pro delírio dos seus fãs.
Com suas taças sustentadas
Quase a vazar da bandeja
Em seu andar sacoleja
Duas ancas molduradas.
Disfarça pitos e olhares
Mas se deixa desejosa
Nega os dedinhos de prosa
Vindos de tantos milhares.
Pelas esquinas que passa
Furam faróis os incautos
Que dos seus possantes autos
Desferem tiros na caça.
Ela, que de encantos é
Finge nada ter ouvido
E segue feliz a pé
Rindo da nossa libido.
Analista de sistemas
Ela trabalha, porém
Ana, lista de problemas
Como todas ela tem.