ANA(LISTA) DE SISTEMAS

Cedo, todas as manhãs

Na calçada virgem ainda

Vai ela só, sempre linda

Pro delírio dos seus fãs.

Com suas taças sustentadas

Quase a vazar da bandeja

Em seu andar sacoleja

Duas ancas molduradas.

Disfarça pitos e olhares

Mas se deixa desejosa

Nega os dedinhos de prosa

Vindos de tantos milhares.

Pelas esquinas que passa

Furam faróis os incautos

Que dos seus possantes autos

Desferem tiros na caça.

Ela, que de encantos é

Finge nada ter ouvido

E segue feliz a pé

Rindo da nossa libido.

Analista de sistemas

Ela trabalha, porém

Ana, lista de problemas

Como todas ela tem.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 23/04/2009
Reeditado em 20/01/2010
Código do texto: T1555821