SOB O ORVALHO

SOB O ORVALHO

Orvalho, gota preciosa,

Na corola de uma flor.

Cais assim despretensiosa,

Como num ato de amor.

Quando chega a madrugada,

Vem caindo o orvalho então.

A relva toda molhada

Vai umedecendo o chão.

Espalhando-se no pasto,

Sob o sereno se deitam

Os animais, cujo rasto,

Os seus algozes espreitam.

É na lei da natureza

Que vence sempre o mais forte.

Assim, de um cervo, a beleza

Atrai a falta de sorte.

O perigo vem do Norte

Naquele campo orvalhado.

E a serpente dá o bote

Sobre o cervo inda deitado.

O orvalho ali se retém

Sobre o corpo do animal,

E jaz o cervo, porém,

Após o golpe mortal.

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 16/04/2009
Código do texto: T1541596
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