SOB O ORVALHO
SOB O ORVALHO
Orvalho, gota preciosa,
Na corola de uma flor.
Cais assim despretensiosa,
Como num ato de amor.
Quando chega a madrugada,
Vem caindo o orvalho então.
A relva toda molhada
Vai umedecendo o chão.
Espalhando-se no pasto,
Sob o sereno se deitam
Os animais, cujo rasto,
Os seus algozes espreitam.
É na lei da natureza
Que vence sempre o mais forte.
Assim, de um cervo, a beleza
Atrai a falta de sorte.
O perigo vem do Norte
Naquele campo orvalhado.
E a serpente dá o bote
Sobre o cervo inda deitado.
O orvalho ali se retém
Sobre o corpo do animal,
E jaz o cervo, porém,
Após o golpe mortal.