Oh Silencio!...
Ao silencio homenagens e rosas,
Esse amásio que às mãos me leva
Pra já sem luta depor à relva
As derradeiras gotas preciosas.
Postilhão de letárgica trajetória
A entregar-me da gloria finda,
Sonora até, retinindo à sua vinda,
Louros murchos de doura memória.
Em esquecido vaso, talos restados,
Por raso rito, assim, ao léu imposto,
Nasce de ti, silencio, por desgosto,
Jazigo infecto de restos largados.
No porão, sepultado sem desgaste,
És, silencio, o penhor da iniquidade!
Resgatando da tolice a verdade,
Ao soldo do prazer assim pagaste.
Já não orvalham flores na aurora
Das certezas, das esperas e do porvir.
Envolto em silencioso véu, agora
Contemplo a ausência do florir.
Manito O Nato