Outono.

Na amenidade do outono,

Melancolia serena,

Aspergida numa alegria triste.

Ou numa triste alegria?

De encontro, nela me envolvo

em tessitura transparente.

Bebo o amanhecer.

Na neblina densa,

De aragem fina me faço.

Contemplo,

Tomo um chá, olhando o céu,

como se dele,

de repente nascesse,

Feliz proposta do dia.

Meu coração desperta.

Faço-o doce como mel

Me recolho,

Num diálogo de olhares,

de silêncio, de harmonia,

Canto versos, sinfonia.

Gaiô.