A SERPENTE
Que monte de coisa é este?
perguntei redimido.
-É uma cobra dormindo
foi o que disse um menino,
atravessando o caminho.
“Virgem Maria, gritei:
Sinto arrepios de medo!
a cobra desenrolando
parecia fugir de mim
fazendo curva no mato,
desaparecendo num jato;
e eu fiquei passadinho,
desabafando inervado,
de olho no chão pregado
pensando não mais chegar
sentindo a grama orvalhar.
Sem nada mais esperar,
debaixo de um arvoredo,
outra cobra a me espreitar
enrolada como trança
do lado que eu ia passar.
Vi um moço a trabalhar
atento ao lado de cá,
então pedi sua ajuda
pra comigo atravessar.
Fui e vim e a serpente
nem se quer saiu de lá.