Anoitecer Caipira
Cai a tarde no sertão
Olha de longe o sertanejo
Recostado no enxadão
A noite abraçar o vilarejo.
Canta triste o canarinho
Enquanto o Sol esmaece
Recolhendo-se em seu ninho
E a tarde, a noite escurece.
A coruja toma seu posto
E a Lua começa a brilhar
Vêm os homens com gosto
Ouvir da viola o tilintar.
A saudade remói nas cordas
Do caboclo o pranto doído
Enquanto entoa as modas
Do seu sertão esquecido.
E a lágrima da madrugada
A noite sertaneja encerra
Acolhe a lamúria cansada
Banhando o fruto da terra.