Águas Claras
A luz encontra e beija a terra para morre nessa secura
O calor sobe amargamente das rachaduras espantando vidas e sombras
A árvore se retorce tristemente e protege um ratinho pequenino e mentiroso
Corre o menino que procura por algo qe seja vital
Mas seus pés descalsos e calejados não seguem uma mente sem coração
Uma nuvem tão longe conforta mas, é uma miragem no deserto do sertão
A multidão que não enxerga anda, corre, come, corrompe e morre
No fim, existe o coração partido de um menino entristecido
Que se lembra dos rostos semelhantes senão iguais de tantos homens
Mulheres de olhares vazios voltados para o chão batido
Homens de peitos cheios de arrogância
O que pensa o menino livre de tudo que não deseja?
Sabe o menino que este mundo o rejeita e o despreza?
Talvez por isso ele corra para um rio de águas claras
Para em seu rosto, a pureza, e perceber que o fim já passou
Mas o homem ainda não viu sua carne perecer
E pensamentos flutuam sabendo que não vão cair
O fim já passou e a água clara secou de vergonha...