Águas Claras

A luz encontra e beija a terra para morre nessa secura

O calor sobe amargamente das rachaduras espantando vidas e sombras

A árvore se retorce tristemente e protege um ratinho pequenino e mentiroso

Corre o menino que procura por algo qe seja vital

Mas seus pés descalsos e calejados não seguem uma mente sem coração

Uma nuvem tão longe conforta mas, é uma miragem no deserto do sertão

A multidão que não enxerga anda, corre, come, corrompe e morre

No fim, existe o coração partido de um menino entristecido

Que se lembra dos rostos semelhantes senão iguais de tantos homens

Mulheres de olhares vazios voltados para o chão batido

Homens de peitos cheios de arrogância

O que pensa o menino livre de tudo que não deseja?

Sabe o menino que este mundo o rejeita e o despreza?

Talvez por isso ele corra para um rio de águas claras

Para em seu rosto, a pureza, e perceber que o fim já passou

Mas o homem ainda não viu sua carne perecer

E pensamentos flutuam sabendo que não vão cair

O fim já passou e a água clara secou de vergonha...

Pássaro das Palavras
Enviado por Pássaro das Palavras em 13/03/2009
Reeditado em 23/03/2009
Código do texto: T1483852
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