MORTE FRIA
Participei do teu sepultamento
Ao meu coração sofredor,
Pensas que foi fácil ver-te ir embora...
Tu foste um príncipe que me encantou.
Chorei um choro oculto,
Ora gritava, por ser mais um insulto,
Que o destino preparou
Fazendo-me amar como minha alma o amou.
Que traiçoeiro é o tal do amor
Agente se prepara, chega a esconder a alma.
Mesmo assim, ele a achou,
Apedrejando a minha dor...
Mas, o que dizes deste sinônimo.
Concordo que és um deserto só,
Será que saberias o significado,
Se algum dia não o tivesse encontrado.
No momento que eu aqui estou,
A desfilar alegorias
Sentindo o prazer de te amar,
E sofrendo por não Ter mais fantasias.
Assim,
Participo, o teu nome ao infinito.
Também ao silêncio assustador,
Deixe-me sorrir novamente
- fantasma, que me aprisionou.
Se foste a vitima oriunda
Do pensamento ora vagante,
Não temas a inquietude
Desta passagem horripilante.
- Morrer, quando posso te dar amor,
Mostrar-te-ei os lírios, o rio...
Até o desabrochar de uma flor.
Mas não quiseste ouvir-me
E foi assim no vazio, que partiu, mim deixou...
Morte oculte minha lagrimas,
Fácil, encontrar-me nesta agonia.
Pois entreguei a ti toda a esperança
Da felicidade que no meu coração existia
Morreu minha alma friamente...
No domínio deste espaço vazio
Seria sossegado não te encontrar,
Nunca mais, neste mundo sombrio.
Enterrei todos os pensamentos,
Tudo o que me faz lembrar,
Por último joguei as flores
No túmulo a fechar.
E agora só resta-me chorar.
Por não quere-lo mais em meu coração,
Restou-me vivas às lembranças,
Da felicidade que tivemos um dia.
Ainda choro, urro em gemidos.
Todas as noites na escuridão
Assim como fez-me reviver um dia,
Em minutos matou meu coração.
Triste destino encravado no peito
A dor do punhal a perfurar...
A ironia de um amor encantado
Que o coração não sabe mais perdoar.