cisma
No manto da noite preta
entre as estrelas e a terra
sou viajante avisado
que bom cabrito não berra
Enquanto a estrada vadia
caminha sob os meus pés
sou bicho solto na trilha
da vida solta ao revés
Não reconheço a palavra
falada fora do tempo
é como bala perdida
que vara meu pensamento
Eu já cruzei com boiada
que ia sem cara e sem nome
vagando sem boiadeiro
pra boca seca da fome
Já vi a face do medo,
o lado avesso e o fundo
a banda podre da fruta
o lado escuro do mundo
agora nada me assusta
já vi até assombração
só fico meio cismado
no meio da multidão...