A Rosa Negra

A manhã surge com preguiça e sonolência

O céu vai clareando

As estrelas vão abandonando o firmamento.

O ar frio entra pela narinas daqueles desavisados

Que ousam colocar seus pés para fora de seus lares.

A lua permanece ali no céu

Como se quisesse apreciar também o amanhecer.

Do telhado escorre água pura;

Neve que derrete lentamente.

No quintal a única coisa que se vê

É um tapete branco

Onde a Rosa Negra floresce.

Forte, imponente, assustadora.

A beleza da flor que sobrevive ao frio

Fascinante até mesmo àqueles que enganaram a morte;

Causa arrepios naqueles que amam suas vidas.

Esses espinhos afiados como espadas

São mais antigos que o destino

Mais traiçoeiros que a mentira.

Tolos, são aqueles que se arriscam a tocá-la

Sábios, são aqueles que a abominam.

O veneno da flor é fatal

Capaz de cegar o coração dos mais bem intencionados.

Para sobreviver, não a toque;

Nem para o bem, nem para o mal.

Quem deseja viver em paz, deve ficar em silêncio,

E apenas escutar o canto maldito da Rosa

Que insiste em permanecer no jardim branco.

No meu quintal as almas vivem

No meu quintal, as lágrimas congelam

Os sentimentos morrem

E apenas a Rosa Negra sobrevive.

Jean Carlos Bris
Enviado por Jean Carlos Bris em 22/02/2009
Reeditado em 11/08/2011
Código do texto: T1452748
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