POEIRA DO FIM DO DIA
Nos intervalos
de minha memória,
o silêncio conspira
fatos isolados.
Noite a dentro
vozes sonolentas
descansam pálpebras
na poltrona.
No meu telhado,
gatos escaldados de tédio,
choram o fim
de mais um dia.
Famílias desconsertadas,
com suas tevês ligadas
que são iguais em nada.
E eu noite a fora
com meus cigarros
e canções ensaboadas,
onde embrulho tudo
nos inúteis anúncios de jornal,
para então,depositar
no lixo de Domingo.