Chovia na sexta treze

Ah como chovia

seguidamente

enxaguando o dia

a alma, a mente...

Tão triste chovia

que na janela

da chuva escorria

o choro dela...

Minha atenção

passou a vidraça

e viu toda ação

que havia na praça...

Sob capas, num penar

pombos sem esperança

encharcados a pensar

talvez em bonança...

Abri as folhas transparentes

para ouvir a sinfônica

tocada por passos de gente

e nuvens harmônicas...

E conversando na chuva

num linguajar chuvanhol

ouvia-se dos guarda-chuvas

assuntos de dias de sol...

Osvaldo Heinze