TEODORA

Teodora doura

Na dourada areia da praia

Teodora só é loura

Na marquinha da saia.

Do resto, Teodora

Amorena-se braseira

De dentro pra fora

Teodora é trigueira.

Teodora tem anos de bronze

Quando chega Teodora

Lá por volta das onze

Até o mar se arvora.

Onde Teodora deita

A areia se escultura

Tudo nela se ajeita

Tão perfeita é a moldura.

Quando pega uma onda

O mar entra em cios

Cardumes põem-se em ronda

Vazam as águas dos rios.

Teodora é flor sempre-viva

Que só na areia cresce

De olhares se cultiva

E de desejos floresce.

Dos olhares de quem passa

Teodora sente-se nua

Todos provam de graça

Sua carne ardente e crua.

Na areia Teodora doura

O mar avança e retrai

Ondeia, vaza e estoura,

Teodora embora se vai...

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 04/02/2009
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