ARARUAMA
Nesta tarde tão fria
de final de inverno,
uma estranha nostalgia
no ar, perfaz-se em magia...
Longe ou perto,
o silêncio e a vastidão
estão presentes.
A quietude nas casas,
e a solidão das areias,
são as denúncias mais certas:
Corações de almas desertas,
Corpos de vidas, vazias...
Esqueço, no entanto,
a triste hora de ir.
Dou cordas ao tempo.
Ouço tão perto
o uivado do vento...
Serena, enfeito o meu momento,
enquanto docemente,
vejo-te dormir.
No silêncio da sala,
sozinha, ouço o teu suspirar.
E no vaivém do teu sono,
acalento meus lamentos,
querendo o teu sono embalar.
(Data: 25/08/1988)