ARARUAMA

Nesta tarde tão fria

de final de inverno,

uma estranha nostalgia

no ar, perfaz-se em magia...

Longe ou perto,

o silêncio e a vastidão

estão presentes.

A quietude nas casas,

e a solidão das areias,

são as denúncias mais certas:

Corações de almas desertas,

Corpos de vidas, vazias...

Esqueço, no entanto,

a triste hora de ir.

Dou cordas ao tempo.

Ouço tão perto

o uivado do vento...

Serena, enfeito o meu momento,

enquanto docemente,

vejo-te dormir.

No silêncio da sala,

sozinha, ouço o teu suspirar.

E no vaivém do teu sono,

acalento meus lamentos,

querendo o teu sono embalar.

(Data: 25/08/1988)

Iraí Verdan
Enviado por Iraí Verdan em 24/01/2009
Reeditado em 31/01/2009
Código do texto: T1401306