SE DEIXAR DE EXISTIR

Mapeei todo o teu corpo,

Pra não esquecer um só milímetro

Desbravarei o desconhecido

Descobrir todos os seus gemidos.

Saboreei a tua carne macia,

Inerte olhava-me, e simplesmente sorria

Deixando que o fizesse sentir...

Pra quando partires não o deixasse de existir.

Entre ais, balbucios - fiz de ti o que bem quis,

Ficai em meus constantes pensamentos,

De contentamento, pedias-me muito mais.

Ah! Só penso no agora quando poderei repetir...

Mais, mas quando pergunto-me todos os minutos,

Quero ouvir novamente o bater dos sinos,

A alvorada surgir ao raiar o dia,

A tua boca quente profetizando promessas

De reencontrarmos, - contarei então os dias...

Tua alma condizia felicidade passageira,

Pois sabia que ias partir, em breve.

Manifestou todo o seu desejo de permanecer

Ali, junto a mim, cabeça ao peito, deitado inerte.

Dificílima separação, percorria o imaginário,

Desassossego, impertinente na escolha,

Obstinação, escorregas lágrimas disfarçadas,

Da saudade que já sentia, e ainda abafada

Eu, sem medo em tua frente chorava.

A impaciência devora intoleravelmente,

Inexplicável o destino do encontro.

Quando achei o tinha em meus braços,

Foste embora por um encanto.

Morgana Rosa
Enviado por Morgana Rosa em 19/11/2004
Reeditado em 10/12/2007
Código do texto: T138
Classificação de conteúdo: seguro
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