SE DEIXAR DE EXISTIR
Mapeei todo o teu corpo,
Pra não esquecer um só milímetro
Desbravarei o desconhecido
Descobrir todos os seus gemidos.
Saboreei a tua carne macia,
Inerte olhava-me, e simplesmente sorria
Deixando que o fizesse sentir...
Pra quando partires não o deixasse de existir.
Entre ais, balbucios - fiz de ti o que bem quis,
Ficai em meus constantes pensamentos,
De contentamento, pedias-me muito mais.
Ah! Só penso no agora quando poderei repetir...
Mais, mas quando pergunto-me todos os minutos,
Quero ouvir novamente o bater dos sinos,
A alvorada surgir ao raiar o dia,
A tua boca quente profetizando promessas
De reencontrarmos, - contarei então os dias...
Tua alma condizia felicidade passageira,
Pois sabia que ias partir, em breve.
Manifestou todo o seu desejo de permanecer
Ali, junto a mim, cabeça ao peito, deitado inerte.
Dificílima separação, percorria o imaginário,
Desassossego, impertinente na escolha,
Obstinação, escorregas lágrimas disfarçadas,
Da saudade que já sentia, e ainda abafada
Eu, sem medo em tua frente chorava.
A impaciência devora intoleravelmente,
Inexplicável o destino do encontro.
Quando achei o tinha em meus braços,
Foste embora por um encanto.