Delírio

Para minha cidade, muitos versos

Que falam de coisas verdadeiras

Lugares que existem – e são belos

Palco e passo de modas passageiras

Permito-me, então, um surto de delírio

Ponho-me a construir, brinco de mudar

Trago o mar, ergo o morro e planto o lírio

Importo teatros para com a amada ficar

Logo, porém , volta aquele vento forte

Que sacode o corpo e estremece a alma

Eis que retorno quieto para o meu norte

Acomodado logo ao sul da primeira dama.