A tempestade
Nessa madrugada de tudo acordado
entregue a um espaço alheio
a esse meu convívio
meus olhos
vestem ângulos abstratos
à luz pálida
uma faísca azul se aproxima
dobra-se num movimento
minucioso e continuo
distraio-me com a cortina
que dança como uma afoita bailarina
a dança das chuvas perigosas
Pela centelha de luz
relampejando nas paredes
minha sombra grita
em desespero
e brotam
samambaias
em meus cabelos
meu pai e eu
nunca soubemos
enfrentar as tempestades
tínhamos medo
ate de um sopro.