ILUSÃO DE ÓTICA
No meio da areia da praia
Pude admirar tal beleza,
Fui inoportuna ao descrever-lhe sentimentos.
Doces e leves eram minhas palavras;
Talvez ingênuas
E simplórias,
Assim como esperar a brisa acariciar-me a pele,
E nos olhos verter lágrimas por amar incoerentemente,
Sentindo o vazio ao olhar e não achar mais...
E os pássaros a voarem sobre minha cabeça
Formando um arco-íres preto e branco,
Eu só pensava em ti,
E apoderava-me sem medo, mas com desprezo
Do arrepio dos detalhes a minha volta.
Olhando o céu via a transformação
Como a coisa mais linda e sublime que já vira...
Erguia no olhar mudando com os dedos os rumos das nuvens,
E em sincronia com valor que tu não me davas;
Buscava o poder de causar-me dor,
E nas ilusões dos prazeres me perdia insanamente...
A loucura de ainda te querer me irritava,
Mas ao tocar o vento envolvente em minha face
Sentia-me degustar seus beijos e caricias;
Na minh’alma estava a complexidade do entendimento
Em briga constante com a veracidade de minha imaginação.