Ouvindo o Mar.
Ouvindo o Mar
(Delasnieve Daspet )
No silêncio da noite
Ouço o mar.
Ondas que vem e vão.
Que batem na areia, incessantemente.
Ecoam na noite quebrando o
silêncio do verão.
A solidão já está acompanhada.
O marulhar entra n'alma
E torna o estar só agradável.
É grande o prazer de imaginar
Que somos nós - o mar e eu
Fortalezas inconquistáveis
No fluxo e refluxo da vida.
A infinita solidão quebrada
Pelo vento, pela maresia, se traduz
Num suspiro que corta a noite...
Um gemido, nítido, uma voz,
O vento corta o ar.
...e as lágrimas morrem nos lábios
Salgados de saudades.
E a paixão dolorosamente esquecida,
Fica trancada - vendo o tempo passar...
E no vem e vai, no vai e vem,
Nas dobras do tempo, a vida se esvai.
O vento, a areia, o sol, o sal,
O quero-quero, as gaivotas, as pessoas,
Eram apenas fantasmas que anunciavam
A troca dos dias...
Dias - que esqueci de notar na emoção
Que enfeita cada movimento do viver!
A noite está silenciosa.
Noite de verão à beira mar
é bálsamo à alma.
E a lágrima triste que vira espuma
é inquietude, noiva da saudade
Que aumenta na proporção das ondas
Que batem na areia.....
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