Mangas e núvens prenhes....

 
O ar seco castiga...
Torcendo folhas no arvoredo
O sul... Já assemelha a caatinga
Pássaros sossegam os folguedos
Mal-me- queres e sempre vivas
Nas trilhas e nas canhadas
Do campo flores nativas
Em perene florescência
No olho do sol a pino
Ainda exibem resistência
Do tempo, matizam destinos!
                 ****

Penalizo-me... Vê-las assim !                                         *****                                                                                           
Simbolizando a querência
Seus desejos falam por mim
Num misto de assombro e zanga
Divido com a Cabreúva
A sua frondosa sombra
E aguardo... Mangas de chuva
Esporeando as nuvens prenhes
Reacendendo da terra a fragrância
Mas para que ninguém...
Desdenhe...
Não venham em exíguos...
Frascos de luxo!
Que se esvaziem os cartuchos...
Das nuvens... Orladas de mangas!
Que molhem mangas... Da mangueira
Ensopem mangas da minha blusa!
Em varadas mangas de chuva...
Têrmo  que o campo usa....

Pra trombas de aguaceira!
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21/12/2008
( Verão do Rio Grande do Sul... conhecendo o drama nordestino das caatingas...)

IZA SOSNOWSKI
Enviado por IZA SOSNOWSKI em 21/12/2008
Reeditado em 21/12/2008
Código do texto: T1347005
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