MINHAS MÃOS

Vejo o tempo em minhas mãos

Bonitas, mesmo castigadas.

Ainda úteis, fortes, enérgicas,

E, que afagam com suavidade,

Como se tivesse tenra idade.

Com elas, por onde passo,

Deixo tudo mais bonito e arrumado.

- Minha marca registrada, ou seria “toque”? -

Elas fazem o meu retrato fiel, ordenado,

Um tanto incompreensível e abstrato...

Ajudam-me a escrever o que dita a minha alma.

Assim vou registrando e vivendo dia após dia

Vendo o tempo passar entre meus dedos sem ironia

Como luvas finas que usamos ao casar

Pelo simples ato de usar.

Ah! Minhas mãos...

Gosto tanto delas que quando as olho

Sofridas, calejadas pela vida e pelo violão,

Sinto orgulho e logo faço em sua homenagem,

Uma linda canção.

Ah! As minhas mãos...

- Onde estão?

Bem aqui traduzindo emoção.

Ou será que não?

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