A NOITE
É uma pétala enorme o firmamento
Pintada sobre a tela do infinito
Que o artista fez ali...
Na rubra tinta que o ocaso acende
Matiza o turvo entre o vale e o monte,
E a pálpebra se fecha no horizonte...
E o gado vem dormir...
Os pássaros se trocam para os ninhos
E acordam os noturnos passarinhos
Que a mata esconde além...
Os gonzos rangem, fecham-se as cortinas,
E sonham nas varandas as meninas
Querendo um amor também...
E a noite estende o véu nas serranias
E incuba o amanhecer do novo dia
Que noutra aurora vem.