NASCIDO NO CAMPO
Sou os rios e lagos,
Que antes tinham vida,
Agora trucidados
Por horda ensandecida.
Sou o banco da escola
Inda na tenra idade;
Sou o terno sorriso
E a velha amizade.
Sou o abraço do amigo,
Sou o aperto de mão,
O sorriso sincero
E a voz do coração.
Sou a desculpa honesta
No esbarrão sem querer;
Sou a dor verdadeira,
Vendo o mundo sofrer.
Sou o namoro na praça
A continuar na quermesse
E o domingo na igreja,
Todos juntos em prece.
Sou os passeios no sítio,
No campo o futebol.
Sou a esteira na praia
E o bronzeado do sol.
Sou andanças nas ruas
Sem nenhum sobressalto;
Sou o tempo de paz,
Sem temor de assalto.
Sou o tempo passado,
Sou a velha cidade,
Sou o sumo do amor,
Sou eterna saudade.