IGREJA NO CAMPO
Óleo sobre tela
Faço de cinza pétreo com três lances
O átrio frontal do meu invento...
De matiz turvo pinto o móvel interno...
E um vergão de tinta faz a luz
Que do vitral ao altar o olhar conduz...
E o faz, a tinta branca, realçar...
Arrosta a lateral da Igreja, a torre,
E ao perfilar da tinta em cores
Faz-se o quintal, e uma calçada...
Contrastando com o branco das paredes
Aos pinceis arrastados, faço o verde...
O muro em adornos que desdobram
Em duas estátuas, uma em cada borda.
O olhar barroco destas e as vestes clássicas.
Cinco listras de tintas paralelas
Fazem a escada, ao lado dela
Um vergel acuminado e o chafariz.
De imponente faço o vale longe
E o douro pó que acende no horizonte...
E as colinas em lances de cascata...
Uma pedra enorme, ao lado dela, a mata.
Há pequenos detalhes em toda parte:
Vê-se na tinta o flerte, os casais em espera,
As flores que incendeiam a primavera...
Andorinhas nos fios, um campo, e o rio.