INGENUIDADE CONFESSA

Subjuguei esse seu

Jeitinho medíocre

Que em debalde

Se agitava.

Retorcia o nariz

Para cada insanidade

Que lhe falavam.

Cadê toda aquela coragem

Para a estrangulação

De uma boca virginal desesperada?

Foi por deixar-se perder

Fielmente na forquilha

De insensato humor,

Selvagem e cativo

Que te tornastes um desventurado amante.

Que ao lançar seu olhar

Singularmente puro e azul

Estremeceu-me as pernas

De um prazer absoluto,

Durante uma embriaguez profana.

Quando arredondava suas falas

E supérfluo abaixava as pálpebras

Descorava-me maciça,

E entusiasmava-me a enlaçar-te

Em beijos brandos.

Daiane Durães
Enviado por Daiane Durães em 16/11/2008
Reeditado em 17/11/2008
Código do texto: T1285777