INGENUIDADE CONFESSA
Subjuguei esse seu
Jeitinho medíocre
Que em debalde
Se agitava.
Retorcia o nariz
Para cada insanidade
Que lhe falavam.
Cadê toda aquela coragem
Para a estrangulação
De uma boca virginal desesperada?
Foi por deixar-se perder
Fielmente na forquilha
De insensato humor,
Selvagem e cativo
Que te tornastes um desventurado amante.
Que ao lançar seu olhar
Singularmente puro e azul
Estremeceu-me as pernas
De um prazer absoluto,
Durante uma embriaguez profana.
Quando arredondava suas falas
E supérfluo abaixava as pálpebras
Descorava-me maciça,
E entusiasmava-me a enlaçar-te
Em beijos brandos.