RITO FEMININO
”Urge soltar essa imensidão que me habita
Essa extensão quase cósmica que me devora
Mas não quero desvendar esse rito sozinha
Preciso do toque da tua alma na minha.
Principio tocando de leve o espectro azul
A densidade da tecla de um escrito
Minhas letras não ecoam todo dia a saudade
E tantas vezes me torno estrela impermeável.
Garatujas sem sentido me rodeiam
Corpos celestes de um sentimento espreito
O nada me abre os poros do segredo
E, além da cor azulejada, nada vejo.
A proximidade esgueira-se na calmaria
E, mesmo sem sol, há um centro que brilha
O adiante está lá e nos habita
Como um sonho velado em meio à dor dessa escrita.
Feminino movimento sem rascunho
Eixo que se organiza em repentes
Parábolas...elipses que percorrem minha morada
Há de ser intensa essa catarse...de uma alma curada.”
KARINNA