RITO  FEMININO
”Urge soltar essa imensidão que me habita

Essa extensão quase cósmica que me devora

Mas não quero desvendar esse rito sozinha

Preciso do toque da tua alma na minha.

Principio tocando de leve o espectro azul

A densidade da tecla de um escrito

Minhas letras não ecoam todo dia a saudade

E tantas vezes me torno estrela impermeável.

Garatujas sem sentido me rodeiam

Corpos celestes de um sentimento espreito

O nada me abre os poros do segredo

E, além da cor azulejada, nada vejo.

A proximidade esgueira-se na calmaria

E, mesmo sem sol, há um centro que brilha

O adiante está lá e nos habita

Como um sonho velado em meio à dor dessa escrita.

Feminino movimento sem rascunho

Eixo que se organiza em repentes

Parábolas...elipses que percorrem minha morada

Há de ser intensa essa catarse...de uma alma curada.”

KARINNA

 

 

 

 

 

 

Karinna
Enviado por Karinna em 09/11/2008
Reeditado em 09/11/2008
Código do texto: T1274389