O NECROMANTE ANTROPOFÁGICO

O mergulho causado pelo devaneio nefasto

Ah, essa escuridão necrosante...

Vão-se as luzes desse fim celestial

Nada torna-se verdade, pois apenas nos afastamos da mentira

Não temo o espírito ferino de bestas mitológicas

Leões, serpentes e fadas escuras e sem sombras

Pior é o homem que é simplesmente o homem

Cria doméstica do habilidoso necromante

Criatura fétida e putrefante

A mais perfeita expressão do vazio

Triste, amargo, frio e calculista

O homem em seu estado natural de solidão

Um crânio que remete as mais intrigantes imaginações

Mera parte de um mau maior

Mas não insuperável e por fim, finito

Assim pois, que é usado como cálice para o próprio sangue

Mãos que devoram os dedos, antes iguais

Lixos e restos da antropofagia moderna

A força nas palavras é a maneira de amenizar a culpa

Eu, o covarde, manifesto minha agonia e durmo com o necromante

Pássaro das Palavras
Enviado por Pássaro das Palavras em 14/10/2008
Código do texto: T1228998
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