O NECROMANTE ANTROPOFÁGICO
O mergulho causado pelo devaneio nefasto
Ah, essa escuridão necrosante...
Vão-se as luzes desse fim celestial
Nada torna-se verdade, pois apenas nos afastamos da mentira
Não temo o espírito ferino de bestas mitológicas
Leões, serpentes e fadas escuras e sem sombras
Pior é o homem que é simplesmente o homem
Cria doméstica do habilidoso necromante
Criatura fétida e putrefante
A mais perfeita expressão do vazio
Triste, amargo, frio e calculista
O homem em seu estado natural de solidão
Um crânio que remete as mais intrigantes imaginações
Mera parte de um mau maior
Mas não insuperável e por fim, finito
Assim pois, que é usado como cálice para o próprio sangue
Mãos que devoram os dedos, antes iguais
Lixos e restos da antropofagia moderna
A força nas palavras é a maneira de amenizar a culpa
Eu, o covarde, manifesto minha agonia e durmo com o necromante