AS DUAS FACES DO MEU SERTÃO
Amor, minhas lágrimas aliviam um sofrimento
São crianças que chegam ao mundo velhas e sofridas
Têm na vida, a linha eterna de tristeza
Trancafiadas em casas de barro e mapas batidos
No sertão, as flores não têm jardim
A derrota move a vida como um vento sem direção
A batalha do dia sobre a guerra perdida
De sonhos cheios como pratos vazios
No sertão, jorra-se o sangue desnecessário
Dentre tantas glórias vergonhosas
A seca que fez marcar o chão e o coração
Multidões de espectros escondidos sob sombras
Amor, minha terra é tão diversa
Nossas mão são tão diferentes
Minhas lágrimas não matarão sua sede
De joelho, não consigo as flores do sertão