AS DUAS FACES DO MEU SERTÃO

Amor, minhas lágrimas aliviam um sofrimento

São crianças que chegam ao mundo velhas e sofridas

Têm na vida, a linha eterna de tristeza

Trancafiadas em casas de barro e mapas batidos

No sertão, as flores não têm jardim

A derrota move a vida como um vento sem direção

A batalha do dia sobre a guerra perdida

De sonhos cheios como pratos vazios

No sertão, jorra-se o sangue desnecessário

Dentre tantas glórias vergonhosas

A seca que fez marcar o chão e o coração

Multidões de espectros escondidos sob sombras

Amor, minha terra é tão diversa

Nossas mão são tão diferentes

Minhas lágrimas não matarão sua sede

De joelho, não consigo as flores do sertão

Pássaro das Palavras
Enviado por Pássaro das Palavras em 09/10/2008
Reeditado em 09/10/2008
Código do texto: T1220082
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