Prisioneiros das ausências
A carroça é velha, puxada por dois cavalos magros,
a estrada é cheia de perigos e buracos.
Carrega a maioria velhos doentes e esquecidos,
indo sem uma direção, solvendo o vento, frio e relento.
Há gritos sem respostas, queixas sem consolos
ranger de dentes, aflição e desesperos.
Não á ecos, só umidades e corrimentos
camas frias, roupas encharcadas.
Os espelhos refletem a luz vazia
As janelas são fechadas, não a visitas, diz o confere
As panelas estão vazias, nem vigário ou ministro
andam no pisar dos estreitos.
O mofo, lodo, fetidez tem o passos
presos na cerne dos desejos da carne.
A estrada é larga e o caminho é curto
o fim não tem começo.
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