Prisioneiros das ausências

A carroça é velha, puxada por dois cavalos magros,

a estrada é cheia de perigos e buracos.

Carrega a maioria velhos doentes e esquecidos,

indo sem uma direção, solvendo o vento, frio e relento.

Há gritos sem respostas, queixas sem consolos

ranger de dentes, aflição e desesperos.

Não á ecos, só umidades e corrimentos

camas frias, roupas encharcadas.

Os espelhos refletem a luz vazia

As janelas são fechadas, não a visitas, diz o confere

As panelas estão vazias, nem vigário ou ministro

andam no pisar dos estreitos.

O mofo, lodo, fetidez tem o passos

presos na cerne dos desejos da carne.

A estrada é larga e o caminho é curto

o fim não tem começo.

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Comendador Carlos Donizeti
Enviado por Comendador Carlos Donizeti em 11/03/2006
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