Ai de mim
Num dia assim
Pássaros em bando
E eu morta,ai de mim,
Alheia a todo encanto
das flores, do vinho, da uva.
Uva roxa como a morte
Que se fará minha consorte,
Nesse dia assinalado
Casamento marcado,
O qual dia ignoro
E deploro.
Morta
Ai de mim
Que amo a dança,
O riso,o gorjeio do sabiá,
Que há de cantar enfim
Tão funesta aliança.
Eu morta
Insensivel qual porta,
Ao canto da vida
Agora alhures, lá
Onde a morte não comporta
E aos poucos olvidará
As velhas notas
Dos meus labios selados.
E eu morta
Indiferente ao canto da vida
Que explode em frente?????
AH!
Ao cantar do sabiá,
Meu coração vai despertar.
Qual noiva encantada
O sono da morte hei de vencer,
Que a morte é nada
Ao cantar do sabiá no alvorecer!