NO JARDIM DOS VERSOS PERDIDOS

NO JARDIM DOS VERSOS PERDIDOS

Jorge Linhaça

Existe um Jardim, de versos perdidos,

Estrofes soltas nas asas do vento

Constelação em negro firmamento

Biblioteca dos livros esquecidos.

Tomos mofando ao orvalho e relento

Pelos poetas no amor produzidos

Abandonados por moucos ouvidos

Prostrados no cruel esquecimento

Mas eis que surge uma mão dadivosa

A folhear o poido escrito

Florescem, então, os versos, qual rosa

Nos olhos ternos do leitor contrito

Pois não há força tão mais poderosa

Do que o olhar de um leitor bendito.

Arandú, 26 de setembro de 2008