Sangria das Lástimas
Eis que em mim no mundo que habitas
Sangras-me em tua face de puro rancor
Licor de tristeza entornado a vã beleza
Mentecapto do amor pagão no ardor
Menosprezastes o sangue derramado
Usaste vosso corpo como pedra sabão
Vendeste tua alma pura aos ímpios
Inocência de Anja no mundo profano
As dores calejadas no furor do algoz
Caído ao infernal melindrar sentindo
De ser pura no desejo da carne tua
Queimando a brasa do gélido sabor
Entrega-me o punhal na Santa Ceia
Onde derramarei o sacro entender
Das veias angelicais em lástimas
Humanas do desejos de amar.