Perceba

Movimento, repouso.

Um quarto,

Uma paisagem.

Sinto o vento.

As ondas do mar não falam.

Ouça!

Percebo alguém,

Não vejo ninguém.

Ninguém entende o silêncio,

Ninguém é capaz de me entender,

Procuro, não acho, persisto.

Quero está tranquilamente bem.

Alguém grita.

O que faço?

Alguém chora.

Como posso deixar?

Socorro!Não consigo respirar!

Ouço alguém agonizar.

Está morrendo!

Não sei como salvar.

Aperta-me o peito,

Vem um nó na garganta,

A voz não sabe falar.

Como a cobra se arrasta,

O fôlego esta em mim

Salto a cada rastro de esperança

E perco-me em seguida

Sou meu próprio veneno.

Sinto-me ferir e dói...

Alguém respira, quer viver, quer se libertar.

Mas não deixo,

Estou sufocando-a!

Socorro! Você aí, por favor! Faça-me parar!

Alguém está se afogando em minhas lágrimas,

Salve-a!

Não quero mais essa culpa,

Estou cansando...

Como a cobra fico a me comportar

Rastejo-me, procuro um ponto fixo,

Enrolo-me a procura por quem habita em mim

Não consigo desatar o nó em que me transformei

Socorro!

Você consegue ouvir?

Faça algo!

Não consigo me mexer.

Há!... Ai!

Alguém sente dor.

Sua voz treme de medo,

Medo de mim.

Não quero fazer mal algum.

Não! Por favor! Não a sinto mais...

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Viva em mim, ela dorme.

Ajude-me a ajudá-la!

Como vou viver?

Percebe-a em mim?

Ajude ela me perceber!

Eu estou aqui e ela?

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Enquanto me movimento,

Ela permanece em repouso.

cristiana Lima
Enviado por cristiana Lima em 05/03/2006
Código do texto: T119043