As Lamúrias de Eurídice
O brio jocoso de tua face
Reflete a intenção de Mênades
Em que tu, amado meu, trocaste.
Pelo veneno afável do não amor
A ti meu Orfeu
Os pássaros choraram de dor
As lamuriam selvagens do medo
Entoou em tua lira decadente melodia
A funesta inveja mulher do mal
Cativaste pelo coluiu desejoso carnal
Pressentido em teus poros de humano
Assim, abandonando tua Eurídice.
Aquela que tanto amor, te amou!
No mundo dos mortos chorou
Ao ver que teu olhar pra trás
Pela segunda vez o seu amor, matou.