UM DIA EM NOSSAS VIDAS

Final não é término.

Se considerarmos que existe a vírgula para dar espaço a imaginação.

Permanecer parado?

É a inércia de um sábio sem mandamento

na visão perfeita de um pensamento.

Quisera sim, não sentir dor.

Dor alguma.

Principalmente dor de amor.

Amor é benevolência, paciência, acalanto.

Pois se é belo e maravilhoso porque nos causa pranto?

Não nos causa o amor.

O que sofremos é dor da perda.

Mas se perdemos não é amor.

O amor não se perde nunca.

Ele é fato e condição.

Pura lembrança de vida em vida e doce esperança,

que nos alivia a alma e abranda,

a mágoa oculta da solidão.

Não, eu admito.

Sofri por amor e sei disso.

Então não há dissabor neste conformismo?

Ele dói, sim. Magoa.

Fere e desnorteia, imacula os ouvidos como um grito.

Não há dor de amor que se suporte. Até a doce morte o rejeita.

Dizer que não há dor é sacrilégio, pois então decerto não amou.

Pois eu retruco esta verdade. Se é amor, não é enfermidade.

Discuto sim este estreito laço de dor, saudade e vaidade

que a perda não consola.

Veja por esta questão.

Se você amou um dia de verdade,

o amor é pura caridade e sempre há de ter o seu perdão.

É deste amor que relevo

E é deste amor , sempre eterno.

Que vale um dia a redenção.

Ka Risse
Enviado por Ka Risse em 09/09/2008
Reeditado em 29/09/2008
Código do texto: T1169068
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