A ROÇA

Um andar macio nos carreadores

Um correr apressado

Já é dia, no farfalhar das árvores.

O beija-flor numa sinfonia estressado

O perfumado milharal cultivado

O riso do horizonte num favo de mel

Um canto triste do arado

O animal com fome come papel

Tudo o que para o dia permanece

Nas lonjuras dos campos

O tempo do trigo agora fenece

Nas palmas calejadas do trampo

Sol escaldante, a água morna da lagoa.

Espera, trazendo o reflexo azul do céu.

Tudo passou rapidamente à toa

E, no entanto o caminhar ficou ao leu

Angeluar
Enviado por Angeluar em 25/08/2008
Reeditado em 25/08/2008
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