Silêncio
Rubiataba, 10 de agosto de 2008
Silêncio
Ouço o que não escuto,
Parece acalentar,
É o ruído do nada,
Porém a falar.
Produz um redemoinho que acalma,
Desperta o espírito afadigado,
Uma canção muda quero compor,
A falar apenas do indizível.
Me embalo nesta trilha não sonora,
A alma se dissipa no alento,
Tudo pulsa silêncio e paz,
Neste acalento do sol plácido.
Eis-me como um anacoreta,
Vindimando o oculto,
Sem trapacear a mim mesmo,
Envolto na pura metafísica.
O silencio é o canto,
Que ainda não sei cantar,
Quebra em mim os arroios da sofreguidão,
Leva minha alma a navegar no amém apenas.