NÁUFRAGA
Tantas vezes acordo assim.
Com esta vontade de sei lá o quê
Com os olhos colados no sonho que não tive
e a boca buscando os beijos que não dei.
Quantas vezes penso
que nem amanheceu.
E, neste vaivém de mim mesma,
vou passeando pelos mares
dos meus oceanos perdidos
náufraga de mim mesma.