NOITE DO SEM FIM
Claro que a noite veio e com ela o cobertor suspenso do medo.
Medo de nunca mais ver-te,
de não mais escutar as tuas palavras apenas digitadas.
A distância abateu o dia como a um animal no meio da selva.
E serviu para matar a fome de escutar teus desabafos,
teus anseios incompreendidos.
Comi a distância feito um bicho esfomeado,
mas nem por isso ela se desfez.
Transformada em alimento para apetite tão voraz,
tornou-se indigesta e sem sentido.
Agora, jogada à sombra de árvores frondosas,
minha alma carregada de cismas e abandonos
enfrenta o risco de ser devorada por olhos ainda mais famintos
que os meus a buscar o teu sorriso.
Quero atravessar o rio.
Sentar à sombra do silêncio e bordar com vento o teu nome
no teto da minha sala repleta de ausências.
Tua presença inalterada naquela foto antiga
parece desfazer o teu destino de agora.
Posso ouvir-te em tantas línguas,
seguir-te por todos os teus caminhos
idos e porvir.
Quero beijar-te a fronte que deitas em meu colo
e vigiar-te em sono de noites acalentadas pelo frio.
Nada há que não possa dar-te.
Nada há que não possa ser-te.
Confrontada com a caça da ausência,
encontro e firo com meus dentes ainda fortes
a incerteza das horas em que não consigo entender-te.
Era apenas para ser assim.
Nada mais que isso.
Perdi o controle da tua absoluta presença
e não sei mais como ausentar-te de mim.
Claro que a noite veio e com ela o cobertor suspenso do medo.
Medo de nunca mais ver-te,
de não mais escutar as tuas palavras apenas digitadas.
A distância abateu o dia como a um animal no meio da selva.
E serviu para matar a fome de escutar teus desabafos,
teus anseios incompreendidos.
Comi a distância feito um bicho esfomeado,
mas nem por isso ela se desfez.
Transformada em alimento para apetite tão voraz,
tornou-se indigesta e sem sentido.
Agora, jogada à sombra de árvores frondosas,
minha alma carregada de cismas e abandonos
enfrenta o risco de ser devorada por olhos ainda mais famintos
que os meus a buscar o teu sorriso.
Quero atravessar o rio.
Sentar à sombra do silêncio e bordar com vento o teu nome
no teto da minha sala repleta de ausências.
Tua presença inalterada naquela foto antiga
parece desfazer o teu destino de agora.
Posso ouvir-te em tantas línguas,
seguir-te por todos os teus caminhos
idos e porvir.
Quero beijar-te a fronte que deitas em meu colo
e vigiar-te em sono de noites acalentadas pelo frio.
Nada há que não possa dar-te.
Nada há que não possa ser-te.
Confrontada com a caça da ausência,
encontro e firo com meus dentes ainda fortes
a incerteza das horas em que não consigo entender-te.
Era apenas para ser assim.
Nada mais que isso.
Perdi o controle da tua absoluta presença
e não sei mais como ausentar-te de mim.