POEMINHA DE FIM DE TARDE

Olhando pela janela
E ouvindo o barulho do vento nas árvores
E dos pássaros em busca do refúgio noturno
Vou traçando o nosso novo hiato.
Teremos direito a uma ponte inventada
E a duas taças postas sob a mesa
Caso aconteça de nos reencontrarmos.
Direito, também, a uma escada só nossa
Para subirmos até algum lugar
Algum arranha-céu que nos dê na telha
Ou apenas para vermos mais nítida
A cidade do outro lado da ilha.
E, se pudermos ficar retina com retina,
Daremos enfim o esperado beijo.
Desta vez um beijo sem medo de acabar,
Sem medo de sermos pegos em pecado.
Depois, na hora do adeus,
Poderemos guardar um sabor agridoce de até amanhã...
Mesmo que o amanhã fique parado na porta
Sem chance de seguir adiante.
Olhando pela tela do computador,
Dias depois,
anos quem sabe,
Teremos a esperança de nos mostrarmos,
Como somos e como éramos
Porque adivinhamos os nossos destinos
E com exatidão tamanha
Que até os pássaros que pousam nas árvores
Todos os dias no cair da tarde
Poderiam jurar a inexistência da tela.
Olhando por este ângulo
Enquanto a música tece a melhor companhia
Posso sentir saudades à vontade
E ser feliz sem medo de estar completamente só.
Teu sorriso é meu descaminho
E isso é o melhor desalinho que se possa ter
É quentura a aquecer os momentos frios,
Tem gosto de cereja
E a amplidão que me busca
E que busco como a uma bússola.
Iza Calbo
Enviado por Iza Calbo em 17/07/2008
Reeditado em 22/02/2021
Código do texto: T1085101
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