Maduro amor maduro

Levantamos luas

acomodamos projetos

vivemos no algoz

da chuva fina

na tua branca parede

que é pele

apenas fotografamos

coisas a serem poupadas

no remédio de viver

ilhados do sofrimento

Alçamos assim

uma linha fina de convivência

e alcançamos armários.

Quando falas

respondemos queixumes a cegas,

quando o som dos pinheiros, meu amor

bem tu sabes

sempre fui dos pinheiros

e tu da relva...

como também são em projeto

uma viagem que nunca completa

de nós como as sombras

E é que levamos varias luas

com o sopro na varanda:

o radio desligado

a cama muito mais ampla

entre nós, ao fim, separada

supondo ambos cada um

(a nosso modo)

estará a pregar pelas almas de ambas...