Poema Azeviche
Bahia de água azul e alma escura.
A beleza negra quase azul e pura
é feita de dendê e sonhos.
O dia é de branco, e o preto
carrega o fardo da labuta.
À noite, ouço o toque do tambor.
Mestre Bimba, meia-lua inteira,
é pedra de toque do Pelô,
o ritmo que inspira Olodum.
Mestre Pastinha e seu compasso
protegido de Olorum
ajuda Ilê no Curuzu.
No Gantois, Mãe Menininha
recebe o negro Jehová,
conservado em barris de Carvalho.
Menina, segure a saia,
dance esse samba-lelê.
O bom da vida é comer
uma moqueca de arraia.
O pescador joga a rede
e lança a sorte no mar.
É linda a festa da partilha.