Poema Azeviche

Bahia de água azul e alma escura.

A beleza negra quase azul e pura

é feita de dendê e sonhos.

O dia é de branco, e o preto

carrega o fardo da labuta.

À noite, ouço o toque do tambor.

Mestre Bimba, meia-lua inteira,

é pedra de toque do Pelô,

o ritmo que inspira Olodum.

Mestre Pastinha e seu compasso

protegido de Olorum

ajuda Ilê no Curuzu.

No Gantois, Mãe Menininha

recebe o negro Jehová,

conservado em barris de Carvalho.

Menina, segure a saia,

dance esse samba-lelê.

O bom da vida é comer

uma moqueca de arraia.

O pescador joga a rede

e lança a sorte no mar.

É linda a festa da partilha.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 09/07/2008
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