SINOS DO TEMPO
Quem ouve o sino do tempo,
esquece os próprios passos,
diz adeus ao sorriso,
quando a alma perde a matiz.
Não importa o passar dos anos,
se o carinho que espalhou rosas,
perdeu-se em seus espinhos,
perdeu em sua dor,
e em silencio, chorou pelo caminho!
A lembrança surda, do pião festeiro,
e as estrelas das noites de inverno,
são paginas inertes, flashs tristes
do entardecer sem luz da vida.
Embora o beijo dos dias,
queira te impor desafios,
não há o gosto da esperança,
mas o amargo dos que ficaram...
Para que olhar o horizonte,
quando se pode contar o tempo,
olhando folhas mortas no chão.
Quem ouve o sino do tempo,
sussurra bem dentro de si,
soletrar de desatinos,
entre lagrimas de solidão.
Não são magoas da existência,
essa angustia por ter que seguir,
pois o mesmo sino que nos traz os dias
vai anunciar a nossa eterna paz também!