Estrada Rural
Primeiro uma roda.
A seguir uma milésima de segundo se movimenta sobre o chão.
E temos a aparência de que as árvores caminham.
E temos os caminhos para as árvores apanhar
como imagens que se apagam e desejam boa viagem.
Por isso somos felizes com elementos que são fugazes
não atrasam nossa alma e não deixam de encaixar
de alguma maneira nas portas da entrada.
É o perfume do simples
chega as nossas narinas
não pede permissão para entrar
e algo nos evoca a algo que foi desejo,
passado, sentido momento que abordo da nuvem se esvai
embora
ou ao menos foi da gente
ou talvez uma ilusão de um pai que nos ama-se
Gostamos de fotos assim
como gostamos da caricia no roce das nossas mãos
em um nascente melancólico
Como gostamos deitados a janela contemplar
sem que a chuva nos diga, indique mais notas de delirar
no espírito que se evada dos coros ao celestial
Primeiro a roda. Depois de novo a roda,
os campos de feno, as saias planando no ar
e o verão suspenso de molas
invitando no longe a perceber um quadro sem argumentos,
como bem poderia essa roda de novo caminhos iniciar
um pouco menos adversos ...