Estrada Rural

Primeiro uma roda.

A seguir uma milésima de segundo se movimenta sobre o chão.

E temos a aparência de que as árvores caminham.

E temos os caminhos para as árvores apanhar

como imagens que se apagam e desejam boa viagem.

Por isso somos felizes com elementos que são fugazes

não atrasam nossa alma e não deixam de encaixar

de alguma maneira nas portas da entrada.

É o perfume do simples

chega as nossas narinas

não pede permissão para entrar

e algo nos evoca a algo que foi desejo,

passado, sentido momento que abordo da nuvem se esvai

embora

ou ao menos foi da gente

ou talvez uma ilusão de um pai que nos ama-se

Gostamos de fotos assim

como gostamos da caricia no roce das nossas mãos

em um nascente melancólico

Como gostamos deitados a janela contemplar

sem que a chuva nos diga, indique mais notas de delirar

no espírito que se evada dos coros ao celestial

Primeiro a roda. Depois de novo a roda,

os campos de feno, as saias planando no ar

e o verão suspenso de molas

invitando no longe a perceber um quadro sem argumentos,

como bem poderia essa roda de novo caminhos iniciar

um pouco menos adversos ...

Artur Alonso
Enviado por Artur Alonso em 20/06/2008
Código do texto: T1043068
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