AH! SE EU FOSSE POETISA...
Ah ! Se eu fosse poetisa...
Farte-ia poemas, e versos de amor ardorosos
Fame-la-ia soprano, nas notas de encanto
E cantar-te ia poesias musicadas, soladas nas
Harpas enlevadas.
Ah ! Se eu fosse poetisa...
Versejaria amor que incinera m’alma
Afinaria meu canto,ao solo do piano
Nas brumas constantes, e prender-te-ia
No som do meu canto.
Ah ! Se eu fosse poetisa...
Dar-te-ia a lua nua iluminando a rua
E no ocaso cintilado, reverso de letras declamados
Sussurrados nas estrelas osculados na brisa
Que mansa sua face tocaria .
Ah ! Se eu fosse poetisa...
Enrolar-te-ia em papiros floridos
Enlaçados à fantasia, da primavera que
Fui um dia. Ornado nas murchas pétalas
Odoradas de mimos...
Ah ! Se eu fosse poetisa...
Far-te-ia uvas, e sorver-te-ia como ao vinho
Rubro, aguçando sabor inebriado no seco
Palato, saciando a sede do encontro na abóbada
De meu céu, platinado.
Ah ! Se eu fosse poetisa...
Não esboçava o dito, não fui à lua, nem mesmo a rua
Só nus poemas diversos tristes. Gemendo oculto taciturno
Senso , bagana cana pua denodada. Já não mais canto
Quiçá encanto! Partitura amassada valsando detritos...
Ah ! Se eu fosse poetisa...
Deth Haak
25/01/2006